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Hoje gostaria de abordar sobre a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), Hipertrofia Prostática Benigna ou ainda Aumento Benigno da Próstata, problema que pode acometer, segundo estimativas, aproximadamente metade dos homens com faixa etária entre 60 e 70 anos. Estima-se ainda que, dentre os grupos de risco, 30% precisarão de alguma intervenção médica.

Embora não seja um câncer e nem aumente o risco de câncer de próstata, a hipertrofia da glândula não deve ser negligenciada. Pois, se nada for feito, a situação se agrava e a pessoa sofre infecções urinárias, obstruções graves e até perda de função dos rins, dupla que filtra o sangue e retém impurezas do organismo.

A próstata é a glândula responsável pela produção do líquido que nutre e transporta os espermatozoides e sua hipertrofia está relacionada a um “desbalanço” entre o número de células que surgem e a quantidade das células que morrem, expandindo-a. O problema é quando tal inchaço pressiona a bexiga e aperta a uretra, por onde escoa a urina.

Sintomas

Os sintomas frequentemente relatados por pacientes incluem:

  • Jato urinário fraco;
  • Jato interrompido ou dividido;
  • Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
  • Necessidade de ir muitas vezes ao banheiro durante o dia ou à noite;
  • Gotejamento de urina ao final da micção.

Tratamentos

Os remédios são os mais indicados ao combate da disfunção nos estágios iniciais e intermediários da próstata hipertrofiada. São prescritos os alfabloqueadores, que relaxam a musculatura da glândula, e os inibidores da 5-alfa-reductase, repressor da testosterona, hormônio que alimenta o crescimento prostático.

Para casos mais emergenciais ou quando os fármacos não surtem efeito, a indicação é intervenção cirúrgica.

A mais utilizada é chamada ressecção transuretral, feita de forma endoscópica (sem cortes), retirando parte da massa central da próstata por meio de radiofrequência, laser ou, mais comumente, com ressecção elétrica.

Casos de próstatas muito grandes (consideramos normal as abaixo de 30g), a indicação é a cirurgia aberta, por meio de um corte na barriga, por onde é feita a retirada do tecido excedente. A técnica mais atual é feita por meio da cirurgia robótica, com incisões muito pequenas. A recuperação, dor e perda sanguínea são menores que na técnica aberta convencional, além de menor tempo de internação.

Uma informação importante: essas técnicas não causam disfunção erétil. A dificuldade de ereção é mais comum em operações de câncer de próstata. No entanto, os métodos cirúrgicos têm como efeito colateral um fenômeno chamado ejaculação retrógrada, quando o sêmen não é expelido e vai para a bexiga, porém é descartado junto com a urina.

Por fim, importante frisar que o paciente deve procurar um especialista ao menor sinal de incômodo ao urinar. Com alguns exames básicos é possível diagnosticar a HPB e buscar medidas para conter seu avanço.